sábado, 31 de agosto de 2013

---Normal do Surreal----Somos como pedras( 07 ) poste(29)



                                      
            

                              ---Normal do Surreal---

                     Somos como pedras

      
         Jhon levantou-se cedo e tomou café da manhã no refeitório do hotel. Depois se pôs a caminhas pela orla do Velho Monge.A medida  em que caminhava,o vento frio batia contra o seu rosto fazendo com que seus olhos ficassem cerrados e úmidos. Havia uma pequena porção de neblina pelo trajeto.Jhon por não aguentar andar ,contra o vento frio,sentou-se em um banco debaixo de uma mangueira e ficou a contemplar um canoeiro que atravessava tranquilamente o rio.

        O canoeiro remava a favor da correnteza. Cada sequência de remada que dava,parava,colocava o remo para dentro da canoa, e, tirava como uma cuia a água que insistia insolentemente  entrar na pequena embarcação.

          O rio corria de maneira serena. Sua cor era de um azul-turquesa intenso. Os raios de sol passavam acanhadamente por entre as nuvens, causando uma pequena refração de cores,tocava-o firmemente, provocando um efeito deslumbrante.Um cardume de peixes bibicavam,pequenos vestígios de vegetais formando bolhinhas de ar,que logo em seguida estouravam  próximo ao leito.

                                                       

        Jhon observava tudo àquilo de maneira leviana.De repente surpreendera-se  com uma voz grave e simpática:

- Encantado com as belezas do rio meu caro jovem?Às vezes ele nos conta e mostra-nos  coisas magníficas.

         Jhon  desviou o seu olhar do rio,com um leve sorriso no rosto, procurando saber quem era o  portador  daquela voz .E logo descobriu.Era um home de meia idade ,aparentava ter uns 65 anos.Tinha rosto quadrado,cabelos curtos lisos,barba branca rasteira bem delimitada.Seus olhos eram de azul celeste profundo,suas sobrancelhas eram alertas e finas dando-lhe  um ar de sagacidade,seu nariz era empinado ,o que  deixava os lábios rosados mais perceptíveis.Trajava vestisses brancas e calçava  um par de sandálias de couro  marrom.



 Jhon o respondeu:

- Confesso que  sim.Este lugar é de uma magnitude profunda.Diferentemente de onde eu habito.Lá este mesmo rio, que aqui corre saudável,sofre com  a poluição das redes de esgotos.Sua fauna e flora morrem a cada minuto que se passa.

- Vejo que o senhor é da capital. Lugar confuso, agitado e pouco pastoril. Qual a sua graça   meu jovem rapaz?

-Me chamo Jhon Valentin- respondeu com um tom alegre ao velho senhor.

-Fico fez em conhece-lo!-cumprimentou com um aperto de mãos- Sou Herminho Avedusav!O que o trouxe até esta terra?

- Creio que a tranquilidade, o pouco movimento nas ruas e a vida bucólica que aqui reina.

-Entendo meu jovem rapaz. Às vezes é bom ficar um pouco longe da capital, da rotina cansativa que ela produz. Mas o que faz lá?

- Sou engenheiro e arquiteto.Ultimamente estou trabalhando em um projeto paisagístico de uma praça.Quero por uma fonte no centro dos jardins,algo voluptuário,para embeleza-la.Acredito que com este bem as pessoas,que  frequentam-na , fiquem mais tranquilas ao escutarem o barulho da água caindo.Confesso que tive um pequeno problema,pois a água atrai o mosquito Aedes aegypti,o transmissor da dengue ,entretanto encontrei uma solução ao cogitar por um tempo.

-Então me diga meu jovem. Qual foi?-perguntou o velho senhor com um profundo interesse.

-Colocarei na base mais longa da fonte carpas, assim elas poderão se alimentar das larvas do mosquito impedindo-o de se proliferar.

- Uma ideia simples e brilhante meu caro rapaz. Promover o bem estar de uma comunidade é um papel digno de um cidadão. As pessoas das capitais são muito convulsas .Lugares como este que você esta projetando vão ajudá-las a entrarem em contato com os seus próprios espíritos. Eis um belíssimo projeto.

 -Obrigado Sr Avedusav.Ultimamente eu tenho observado que elas tem andado muito tensas e inseguras.Não confiam uma nas outras.Criou-se nas capitais,não só brasileiras,mas do mundo todo uma espécie de barbarismo comunitário ,onde cada um fica num pequeno e delimitado  território,aquele que não é semelhante ao outro na; vestimenta,cultura e posição social é um estranho,bárbaro.

-Compreendo-lhe plenamente Sr Valentin.Para mim as pessoas são como pedras dentro de um rio.

-Por favor!-disse Jhon calmamente -Explique-me esta metáfora Sr Avedusav.

- Claro que sim meu bom rapaz!- exclamou o velhinho - No começo de nossas vidas somos ingênuos, brutos,assim como as pedras cheias de pontas ,que saem da nascente do rio em direção a sua foz,falamos  e fazemos coisas sem pensar, por puro instinto,e assim vamos vivendo...Frequentemete vamos encontrando obstáculos grades pelo o percurso, assim como as pedras que rolam na medida que a vazante do rio aumenta , devido  as fortes chuvas ,que ocorrem na cabeceira,e esses obstáculos arranca de nós   essa ignorância ,igualmente como  elas que perdem um pouco de suas massas ao colidirem com outras maiores,então, quando menos esperamos estamos lapidados, lisos e brilhantes iguais a elas.O velho Senhor fez uma profunda  pausa e  disse-o:

 -Você ainda tem muito a aprender com este velho mundo  Sr Valentin.Percebi neste pequeno tempo de prosa ,que seus pensamentos são de uma benevolência encantadora.Espero que tenha êxito nos seus futuros projetos.

            O velho senhor ficou frente a frente com Jhon. Inclinou-se lentamente e beijou a testa do jovem rapaz. Depois deu meia volta e saiu caminho.Jhou ficou observando-o caminhar bela beira do rio,enquanto o sol começava a sair por entre as nuvens.

                                                           

                                                              [...]



Felipe Manoel

Theresina:31/08/13

Nova Era- post(28)





Nova Era
(Felipe Manoel)2012

Cara tudo muda, neste mundo tão velho
 Basta observar e compreender.
5 terras à deriva ,Adeus pajeia!É a lei das selvas
Consta aqui no manual.

Deixa o sol sair...
Veja as pás do moinho girarem
Sinta o vento batendo e tudo acalma.

De volta à era jurássica
Em Theresina você tem que pagar pra ver
Um dos rex  saiu do velho mundo veio ao Brasil
O que será que os olhos deles viram?

Deixa o sol sair...
Veja as pás do moinho girarem
Sinta o vento correndo e tudo acalma

Preso nesta nova era
A geologia avança e a larva ainda flui do chão
No calendário vão se mês,anos,séculos,milênios passam
                                     ,vão ficando para trás.

Deixa o sol sair...
Veja as pás do moinho girarem
Sinta o vento batendo e tudo acalma.


         Nova Era foi uma música que nasceu dentro do ônibus quando eu ia para faculdade ano passado.Ao olhar pela janela do ônibus viu um  destes parques temáticos de dinossauros estalado no estacionamento de um dos shopping da capital.Na entrada do local tinha uma cabeça de um tiranossauro rex com dentes pontudos e garras afiadas.Fiquei imaginado o que rolava dentro daquela tenda,pois  minha cabeça passavam várias coisas da era Mesozoica.
         A canção trata do tempo de uma forma engraçada.Tem essa história de por mais que o tempo passe as coisas ainda continuam fluindo de maneira normal e progressiva.É uma canção alegre com um fundo lógico. 

Theresina:31/08/13